Próximo ao dia das crianças aumenta a procura por animais de estimação que são oferecidos como presentes para os pequenos.
Muitas vezes a atitude é cometida por impulso e oferece riscos ao animal. As crianças nem sempre tem a consciência da evolução do bicho e chegam a descartá-los quando acontecem as mudanças naturais no crescimento do pet.
A ONG PAS (Projeto Adote Suzano) registra crescimento na procura por animais em datas comemorativas, como por exemplo o dia das crianças. O aumento na procura seria vantajoso, senão fosse os problemas ocasionados no pós-adoção.
Segundo Lisandro Frederico, presidente da ONG, é comum encontrar problemas no convívio de animais com crianças. “As crianças normalmente se simpatizam muito com os pets e por isso os pais resolvem presenteá-los. O animal cresce ou muitas vezes apresentam comportamentos naturais que podem assustar. São frequentes os casos que a família resolve deixá-lo de lado para preservar os filhos, mas quem sofre é o bicho” relata Lisandro.
Durante as campanhas de adoção que antecedem as datas comemorativas, a ONG aumenta o rigor na entrevista com os candidatos a adoção. Eles aproveitam para conscientizar os pais sobre o risco oferecido ao animal, mas na dúvida, o animal não é entregue visando preservar seu bem estar e integridade.
Joice Sanches é Psicologa na abordagem Cognitiva Comportamental e Neuropsicóloga, ela explica como os pais podem enxergar se é o momento da criança adotar um pet. “A questão da consciência em ter um animal está muito relacionado de como a criança se relaciona com próximo. A tendência é a criança reproduzir um convívio com o animal semelhante a forma como cuida e como é cuidada. É claro que a forma como a família lida com animais de estimação também influencia também. Os pais podem observar se a criança não tem comportamentos agressivos com outros animais e pessoas, mas acima de tudo, se ela gosta deles” disse a psicóloga.
Questionada sobre a função do animal na vida de uma criança, Joice reforça os benefícios e alerta para os cuidados a serem tomados após a adoção. “O animal é importante para o desenvolvimento emocional de uma criança, além de colaborar com aspectos relacionados ao cuidado com o outro e de responsabilidade. Não existe uma faixa etária especifica para a criança ter um animal, dependerá muito da criança, da forma com que ela trata os animais, da forma como ela cuida, e acima de tudo, saber respeitar a vontade do animal, ter consciência de que não é um brinquedo, que precisará de cuidado, afeto e que tem suas próprias vontades” declara.
